O homem é primária e essencialmente um pecador, não
devido ao que faz, mas em razão do que é. Sendo assim, por mais alto que seja
seu padrão de moralidade, ele jamais conseguiria obter o favor de Deus. O
homem, por natureza, está alienado à vida de Deus e sua primeira necessidade é
de ser reconciliado com Ele. Para que isso ocorra, somente Deus, por meio de dois
elementos constitutivos de Seu ser, pode realizar tal feito. E foi o que
aconteceu!
O primeiro elemento é o amor de Deus – Uma das principais causas da nossa salvação é o amor de Deus, conforme indicou João: “Pois Deus amou o mundo de tal maneira, que de seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. (Jo 03:16-ACF)
Esse amor exclusivo de Deus faz com que os pecadores
aceitem seu plano de salvação.
O homem salvo deve sempre combater os desejos da carne e
mortificar seu corpo, buscando sempre a perfeição, assim como ensinou Jesus:
“Sede vós perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.” (Mt
05:48-ACF), Não é nada fácil, pois o pecado que habita na carne age contra o
novo homem, aquele homem espiritual que tem prazer na Lei de Deus, que nasceu
de novo por meio do Espírito Santo.
Foi por meio desse amor incondicional que Deus planejou a
salvação, dessa forma, Seu amor é instrumental na preservação dos salvos até o
fim, pois não há possibilidade de existir nada mais poderoso do que esse amor.
Somos vencedores por Aquele que nos amou!
Devemos lembrar que o amor de Deus é eterno e invariável,
como é todo Seu ser. Sendo eterno, não tem começo nem fim! Esse amor continua
eterno apesar das fraquezas dos salvos. Nisso podemos entender que o amor de
Deus é um meio pelo qual o cristão é provado a perseverar até o fim e pelo qual
ele é preservado na fé.
O segundo elemento é a graça de Deus. Graça é uma palavra usada no Novo testamento pra traduzir a palavra grega charis, que significa “favor se recompensa, dadiva, misericórdia, tolerância relacionada ao amor de Deus para com o ser humano”. Graça também significa o ato de não fazer mal para um ofensor e a disposição para perdoar uma ofensa.
Portanto, a graça é o favor divino manifestado a quem não
merece. Com essa palavra, os escritores inspirados demonstraram que ninguém é
merecedor do favor divino, que, pelo pecado herdado de Adão, todos, sem
exceção, são merecedores de condenação. No entanto, Deus não nos retribuiu
conforme nosso merecimentos, mas nos trata de forma oposta, conforme disse o
apostolo Paulo: “havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas
ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de
nós, cravando-a na cruz” (Cl 02:14).
O apostolo Paulo, ao escrever a igreja que estava em Roma,
disse: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 03:23).
Esse é o resultado do pecado que entrou na humanidade por intermédio de Adão. O
Versículo 24 deste mesmo capítulo, porém, revela que somos livrados dessa
situação mediante a graça: “Sendo justificados gratuitamente, por sua graça, em
virtude da redenção realizada em Cristo Jesus”. Fomos criados à imagem e
semelhança de Deus a fim de manifestarmos a sua glória, mas, por causa do
pecado, nos tornamos carentes dessa glória e incapazes de manifestarmos Deus.
Mas Deus não muda Sua vontade. Em Seu desígnio eterno,
Ele havia determinado que a redenção do homem fosse realizada por meio do
Cordeiro de Deus. O homem que se encontra sob a graça de Deus é um homem que
que tem sido absolvido da pena e do poder do pecado, um vencedor do mal em todas
as suas formas. É um homem cujo presente e cujo futuro estão sob o poder e a
direção do Espírito Santo de Deus. É um homem que tem passado da morte para a
vida, da potestade da trevas para o reino do Filho do Seu amor, deste século para
o século vindouro.
O apostolo Paulo caracteriza a condição do homem que se
encontra “sob a graça” com as seguintes palavras: “Portanto, agora nenhuma
condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne,
mas segundo o Espírito” (Rm 08:01). Depois de liberto do poder do pecado, Deus
nos concede a oportunidade de sermos repletos de dons da graça, porém nos
adverte para que não recebamos em vão a graça vinda Dele. “E Nós, cooperando
também com ele, vos exortamos a que não recebais a graça de Deus em vão” (2Co
06:01).
Fonte: Teologia sistemática – InterSaberes - 2014

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